TCAv Indica – A memória da fotografia: como observar as imagens fotográficas no contexto do “pós”

Nesta edição da série Tcav Indica, apresentamos o artigo A memória da fotografia: como observar as imagens fotográficas no contexto do “pós”, escrito pelos Tcavianos Ms. Rodrigo Brasil de Mattos e pelo professor Dr. Tiago Lopes, publicado na Revista Texto Digital, v.16 n. 2 em 2020.

Com questões relacionadas à imagem fotográfica e embasados em autores como Philippe Dubois, os pesquisadores compreendem como o fazer fotográfico tornou-se um conjunto de práticas, técnicas e circulação, a tal ponto de “tornar impreciso e impossível definir o que é, afinal, uma  fotografia”. Partindo dessa perspectiva, apontam em sua análise observações sobre imagens fotográficas a partir da rede social Instagram, definida como uma plataforma com um grande acervo da tecnocultura visual contemporânea e que lhes permitiu ver como as imagens são produzidas e acessadas em rede.

No texto propuseram olhar para essas imagens na contemporaneidade a partir de dois conceitos: a imagem de interface e a teia de imaginários. O primeiro, a imagem de interface, pode ser concebido como um referente do quadro fotográfico que se relaciona com as informações da interface da plataforma: comentários, curtidas, as interações que estabelecem a função da imagem no contexto da comunicação em rede. Estes elementos convocam então o segundo conceito, as teias de imaginários – relações possíveis de serem estabelecidas a partir dos comentários dos usuários nas imagens. 

Elegendo como corpus da pesquisa algumas das imagens do artista plástico e fotógrafo inglês Slinkachu (2019), compartilhadas no Instagram (fig 1), articularam procedimentos como o scanning (Flusser, 1995) para formular a proposta de fotografias de interface (fig 2).

No desenvolver do texto, os autores ainda apontam o passado como eterno retorno para a construção dessas teias do imaginário buscando no conceito de pós-fotografia (Dubois, 2019) base para essa relação. A pós-fotografia é vista por Dubois em função de um tempo anacrônico, fluído, não subordinado à ideia da cronologia linear. Esse conceito também foi proposto junto à perspectiva do passado como tempo vivido de Bergson (2006), onde as imagens “atualizam  o  passado  através  dos  processos  remissivos, acionados pelos usuários que entram em contato com essas obras e expressados através dos comentários registrados na interface do Instagram” (Mattos; Lopes, 2020).

Para conferir outras imagens da memória que são acionadas pelas imagens fotográficas do artista Slinkachu e como elas se relacionam com o conceito de pós-fotografia, basta acessar o artigo completo:

https://periodicos.ufsc.br/index.php/textodigital/article/view/76476

Texto: Flóra Simon da Silva

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