#TCAv Indica: “TikTok e Fortnite: as atualizações das danças virais enquanto mídia e memória”

Apresentado e publicado nos anais do 45º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom) em 2022, hoje no TCAv indica, recomendamos o artigo “TikTok e Fortnite: as atualizações das danças virais enquanto mídia e memória”, de autoria da discente Carolina Dietrich e do Prof. Dr. João Ricardo Bittencourt.

O artigo propõe uma reflexão sobre “como as danças virais da plataforma TikTok se atualizam enquanto mídia e memória quando resgatadas pelo Fortnite e reproduzidas no universo virtual do jogo”. São convocadas discussões que perpassam esse contexto das manifestações virais na estrutura do banco de dados (MANOVICH, 2015) do TikTok, articulando conceitos como a ideia de ação do operador-máquina de Galloway (2006) e o de duração de Bergson (2006).

A proposta do trabalho parte da contextualização da dança enquanto uma mídia a partir da sua vinculação com a plataforma do TikTok, bem como suas reproduções e resgates no formato de danças sendo marcado por um caráter performático no jogo Fortnite. Com seu foco em produção de conteúdo no formato de vídeo, conforme os autores, o TikTok possui um algoritmo o qual seleciona e personaliza temáticas para o usuário conforme a sua interação (seu rastro deixado na plataforma), produzindo nichos de interesses. Tais produções e as relações com conteúdos similares possibilitam a sua replicação, o que aproxima a plataforma de um conceito de banco de dados (MANOVICH, 2015).

“(…) As dinâmicas do consumo midiático interativo, como a produção de conteúdo, configura um emaranhado de experiências e acúmulo de informações compartilhadas, originando o conteúdo remixado (KRAPP; FISCHER, 2020). O remix esteve sempre atrelado à reprodução e replicação de entretenimento, como a pirataria utilizada na remixabilidade de dvd’s em cópia, mas agora, o remix está vinculado à expressão criativa do usuário como passivo e ativo nos conteúdos da internet”.

Nos games não é muito diferente: também temos a presença de elementos de outras mídias (e até mesmo do seu próprio universo, incrustados em si) e o resgate de conteúdos viralizados os quais são, também, encontrados em diversos formatos midiáticos. Fortnite, um jogo de battle Royale online e objeto deste trabalho, se mostra como um dos jogos que passa a reproduzir e comercializar o remix de danças virais em seu espaço. Tais reproduções são utilizadas em inúmeros contextos pelo próprio jogador, produzindo, assim, “imagens com representações a partir da interação do player com o software do jogo”. Ou seja, para os autores, essa imagem vai além de ser apenas respaldada pelo ato (a ação) do jogador num aspecto de execução diegético (GALLOWAY, 2006), mas sim, emula uma construção de rastros culturais.

O que se compreende é que a dança, sendo entendida enquanto mídia, se atualiza a partir de suas representações midiáticas e pelas definições que são concedidas pelo próprio usuário. Assim, para os autores, a plataforma do TikTok “expressa a dança enquanto mídia em um contexto do remix, a qual colaborou para a viralização de conteúdo, integrando o conteúdo como base de emotes (ação/interação/atuação do jogador-personagem) do jogo Fortnite”. Essas atualizações, portanto, passam a reverberar em situações de manifestações culturais – desde para fins mercadológicos dos conteúdos quanto a sua disponibilização nas plataformas de dados do próprio TikTok.

O artigo na íntegra pode ser conferido aqui.


Texto: Camila de Ávila

Referência:
DIETRICH, C. ; Bittencourt, João R. . TikTok e Fortnite: as atualizações das danças virais enquanto mídia e memória. In: 45º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2022, Paraíba. Anais do 45º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. São Paulo: Intercom, 2022.

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