Os contágios tecnoculturais dos filtros jogáveis da plataforma TikTok

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No dia 21 de junho de 2024, às 14h, a discente da linha de pesquisa em Mídias e Processos Audiovisuais Carolina Dietrich realizou de forma on-line a defesa da sua dissertação intitulada “Explorando as imagens videojográficas: Os contágios tecnoculturais dos filtros jogáveis da plataforma TikTok”, sob orientação do professor Dr. João Ricardo de Bittencourt Menezes. A banca avaliadora contou com a participação dos professores Dr. Emmanoel Martins Ferreira (UFF) e Dr. Gustavo Daudt Fischer (UNISINOS).

Em sua apresentação, Carolina explicou que as imagens videojográficas são constituídas de três camadas: maquínica, audiovisual e lúdica. Essa definição é oriunda da tese do seu orientador (Bittencourt, 2018), que, inclusive, rendeu a publicação de livro. Um possível exemplo de imagem videográfica seria a adaptação de um jogo desenvolvido pela Nintendo para um smartphone. 

A dissertação entende os filtros do TikTok como imagens videojográficas, sendo analisados como parte de um fluxo dessas camadas que se atualizam refletindo sobre as durações de técnicas incrustadas. Na cultura do software, Carolina apresenta a progressão dos filtros de aplicativos, que surgiram para colorir imagens e avançaram no Instagram com um apelo nostálgico, no Snapchat com o uso de realidade aumentada e no TikTok enquanto jogos. 

O arranjo metodológico articulou método intuitivo, cartografia, metodologia das molduras e arqueologia das mídias. Foram selecionados 42 filtros para o corpus da pesquisa. A partir deles, Carolina desenvolveu mapas e molduramentos para observar as três camadas (maquínica, audiovisual e lúdica), além de outros contágios que moldam a percepção das imagens videojográficas. Para a pesquisadora, o modo de ser do TikTok integra técnicas diversas, sendo uma potente atualização teórico-arqueológica de fragmentos de outras mídias. 

Avaliação

A banca ofereceu elogios, questionamentos e proposições a respeito do trabalho. Emmanoel destacou a originalidade do tema ao tratar os filtros como jogos. Também salientou a boa argumentação sobre a arqueologia das mídias, na qual esses filtros jogáveis são corpos de memória técnica e trazem rastros de mídias anteriores. Para ele, a pesquisa mostra como o TikTok contagia outras plataformas e também outros jogos, possibilitando investigações futuras. 

Enquanto isso, o professor Gustavo Fischer evidenciou que é muito bem-vinda a forma como o trabalho conecta o campo das audiovisualidades com o campo dos jogos . Destacou a parte laboratorial da dissertação, revelando as características profissionais de designer da discente a partir de uma flãnerie com a captura de telas e a produção de mapas e emolduramentos. O arranjo teórico composto por nomes como Henri Bergson, Maurice Merleau-Ponty, Gilles Deleuze, Vilém Flusser, Walter Benjamin, Lev Manovich, Wendy Chun e Siegfried Zielinski também foi elogiado. Para Gustavo, o trabalho mostra que os filtros do TikTok encontram um habitat propício para uma relação gamer na plataforma.

Texto: Max Cirne

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