Egressos falam sobre territórios e cidades audiovisuais no segundo dia da XIX Semana da Imagem

Ontem, dia 11 de maio, foi realizada a segunda mesa temática da XIX Semana da Imagem, “Territórios e cidades audiovisuais: entre games e dispositivos de localização”. Os egressos Dr. Hilario Junior dos Santos e Ms. Madylene Costa Barata debateram sobre territórios e cidades audiovisuais a partir de games e dispositivos de localização. A mesa, iniciada às 17h, teve mediação da Profa. Dra. Sonia Montaño.

Iniciando a fala da mesa, Hilario Junior dos Santos destacou a importância da sua pesquisa de doutorado “A cidade-jogo em videogames: uma flânerie por Bioshock Infinity e Assassin’s Creed: Unity”, defendida em 2020, pontuando que mesmo com a tese defendida, ainda tem muito que se falar sobre o assunto. 

Contextualizando inicialmente seu objeto de pesquisa, apresentou dois empíricos trabalhados na tese: os jogos Bioshock Infinity e Assassin’s Creed: Unity, cujo olhar recai sobre as cidades audiovisuais – Columbia e Paris – construídas dentro desses jogos e consideradas como seu ponto de partida. Assim, afetado pela proliferação de imagens técnicas de cidades na tecnocultura, explicou que viu nas imagens técnicas das cidades em ambos os jogos digitais formas de compreender como elas são atualizadas em diferentes mídias, propondo chamá-las mais adiante de cidade-jogo. A cidade-jogo, nesse caso, é pensada então como o virtual que se atualiza em várias mídias audiovisuais como o cinema, a TV e os videogames. 

Captura de tela da apresentação de Hilario

Ao propor uma metodologia ainda em construção, que ele chama de game-flânerie, buscou a partir do flâneur produtos audiovisuais dentro das cidades dos jogos, ou seja, esse método perpassa o processo de jogar e o de coletar imagens dentro do jogo. Para Hilario, “videogames são riquíssimos para entender as audiovisualidades no contemporâneo”. 

A segunda fala da mesa foi feita pela egressa Ms. Madylene Costa Barata, que também compartilhou um pouco do seu processo enquanto pesquisadora no mestrado e sua dissertação, defendida em 2020, “Narratividade softwarizada: travessias no ‘Eu sou Amazônia’, do Google Earth”.

Da mesma forma que Hilário, Madylene iniciou a fala contextualizando seu objeto de estudo dando a ver a dimensão do empírico proposto, “Eu sou Amazônia”, inserido dentro do software de geolocalização do Google Earth. Foi a partir dele que a Madylene iniciou a sua pesquisa e sua fala.

Captura de tela da apresentação de Madilene

Durante a apresentação, mostrou as ferramentas dentro do software, movimento considerado importante para que os ouvintes compreendessem as potências audiovisuais do seu projeto. Por ser da Amazônia, Madylene via a necessidade de compreender como o software caracterizava a Amazônia, as pessoas e o espaço. Isso fez com que a pesquisadora olhasse para esse objeto de outra forma. Esse olhar a fez perceber três pontos importantes conectados dentro da pesquisa: seu empírico “Eu sou Amazônia”, a forma como começou a perceber a Amazônia representada no audiovisual e o processo de escavações de materiais afins – produtos de uma tecnocultura que são próximos de uma narrativa que o “Eu sou Amazônia” apresentava.

Da mesma forma, como a proposta era compreender as narrativas softwarizadas, buscou em Benjamin (1987) um entendimento sobre o que é a narrativa, para propor a narratividade, um modo de ser da narrativa, que ela entende estar ligada à memória. Para a pesquisadora “a narrativa é um mergulho na memória de um ou mais narradores de uma região, de uma floresta, é emergir, para assim durar em outros espaços”. 

Entre filmes, documentários e outros materiais, Madylene percebeu que o que dura neles são as memórias do que é uma Amazônia midiatizada – de sua memória enquanto moradora e conhecedora de uma Amazônia, e do que se apresenta como uma construção audiovisual do que é a Amazônia a partir de imagens técnicas dentro do software. 

Para conferir a segunda mesa temática da XIX Semana da Imagem “Territórios e cidades audiovisuais: entre games e dispositivos de localização” acesse https://www.youtube.com/watch?v=mHwUZUezwIs

A tese do Dr. Hilário Júnior está disponível no repositório digital da biblioteca da UNISINOS: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9130

A dissertação da Ms. Madylene Barata está disponível no repositório da UNISINOS: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9120

Texto Flóra Simon da Silva

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