(DE) REGENERABILIDADE DA ARTEMÍDIA: Uma Arqueocartografia Perseguindo os Rastros de Nam June Paik em Ambientes Online

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No dia 3 de setembro de 2021 às 14h aconteceu a banca de qualificação de tese da doutoranda da linha de pesquisa Mídias e Processos Audiovisuais, Aline Corso. O título da pesquisa, (DE) REGENERABILIDADE DA ARTEMÍDIA: Uma Arqueocartografia Perseguindo os Rastros de Nam June Paik em Ambientes On-line, tem orientação do Prof. Dr. Gustavo Daudt Fischer. Participaram da banca de avaliação: Prof. Dr. Tiago Franklin Rodrigues Lucena – UEM e o Prof. Dr. Tiago Ricciardi Correa Lopes – UNISINOS.

De acordo com a doutoranda, sua pesquisa é estimulada pelo forte interesse pessoal em contextualizar a memória da arte, impulsionada pelo viés comunicacional, a partir de uma visão das mídias e da tecnocultura. A proposta da tese propõe tensionar como a (de)regenerabilidade de artemídia, enquanto qualidade tecnocultural, se atualiza em ambientes on-line a partir de uma arqueocartografia perseguindo os rastros do artista Nam June Paik? Dessa maneira, o trabalho visa perseguir os rastros de obras de artemídia do artista Nam June Paik buscando compreender o(s) seu(s) processo(s) de(de)regeneração em ambientes on-line, bem como os sentidos dados em uma tecnocultura audiovisual. Para dar suporte ao questionamento do tese, Aline estrutura como objetivos específicos problematizar a memória da artemídia enquanto uma dimensão potente para os estudos da tecnocultura audiovisual; articular os conceitos de obsolescência (degeneração) e atualização/resgate (regeneração) da artemídia; caracterizar os lugares de memória on-line e arquivamento; realizar um movimento arqueocartográfico a fim de seguir os rastros de Nam June Paik em ambientes on-line; propor a ideia de (de)regenerabilidade da artemídia enquanto uma qualidade tecnocultural.

Pré-análise: Primeiros Esboços sobre a (De)Regenerabilidade da Artemídia em Ambientes On-line (Fonte: Aline Corso)

Aline propõe em sua pesquisa o conceito de (De)regenerabilidade DE+RE (GENERAÇÃO), como um processo cíclico de obsolescência e atualização da artemídia e dos ambientes on-line. BILIDADE: qualidade, devir. Para desenvolver as respostas ao questionamento da pesquisa, a proposta metodológica que Aline utiliza se baseia na intuição de Henri Bergson, tanto na concepção de memória e tempo presente em toda sua tese, mas como no embasamento para a construção de sua problematização. Além disso, a pesquisadora aborda em sua reflexão teórica passagens pela artemídia, tecnocultura, imagem e iniciativas de memorialização das mídias e da cultura. Para conferir a exploração do objeto, Aline se debruça sobre uma flânerie pelas interfaces web, criando coleções para arqueocartografar esses espaços de memória do artista Nam June Paik. Inspirada por um agir arqueológico (com o viés do Prof. Dr. Gustavo Daudt Fischer), ela realiza 4 coleções em seu exercício de pré-análise, conferindo quatro ambientes: sites memorialistas, sites de museus e instituições artístico-culturais, redes sociais digitais, sites diversos. Por fim, a aluna esboça constelações, numa “galáxia Nam June Paik”, sendo elas: Continuum da duração, paradoxo da presença/ausência, processos de significação e comunicação.

Os comentários da banca trouxeram muitas provocações acerca do tema, variando desde questões relacionadas ao problema de pesquisa, assim como uma reflexão para ver no fundo os rastros do artista uma série de outras enunciações que começam a surgir em um devir de cultura e de certa forma criam um fundo para  cultura visual contemporânea. Dessa maneira, um construto que estabelece um memorial sobre o objeto, dando a ver a contribuição do artista que dura e que hoje cria um rastro que nos faz identificar em Paik, como vinhetas, videoclipes, filtros em redes sociais. Além disso, o rastro das obras de arte estão inseridas em um ecossistema, e para isso foi sugerido para a doutoranda evocar autores do campo das artes e estimular relações entre as materialidades que se consolidam e se articulam em seu objeto, temáticas relacionadas aos rastros diretamente, como o registro das obras, exposições, referências, tributos, links quebrados, uma construção de uma espécie de acervo perdido, formas de pensar o impedimento ao acesso envolvendo até mesmo uma questão política do acesso.

Para conhecer um pouco mais sobre o histórico da pesquisa da Aline, acesse aqui o resumo da tese, ainda em desenvolvimento, quando submetido ao Seminário Discente da UNISINOS em 2021

Texto: Roberta Krause.

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