Audiovisualidades de monstro da série Castle Rock

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No dia 30 de setembro, às 10h, ocorreu a banca de Qualificação de Doutorado de Flóra Simon da Silva, com sua pesquisa intitulada “Audiovisualidades de monstro da série Castle Rock”. Ela ocorreu em formato remoto e participação da avaliação a Profa. Dra. Ana Paula da Rosa, o Prof. Dr. João Ricardo Bittencourt e o orientador Prof. Dr. Tiago Lopes, todos da UNISINOS.

Na sua apresentação, Flóra explicou que propõe pensar, em sua pesquisa, como o monstro audiovisual se atualiza na série Castle Rock, presente na plataforma de streaming Starzplay. A formulação desse problema se deu através do método intuitivo de Bergson (2006), que busca observar as coisas pelo aspecto de sua duração e tentando compreender os modos virtual e atual. A autora realizou uma flânerie por diversas plataformas e optou por Castle Rock porque ela lhe apresentou o monstro a partir de seu produtor Stephen King segundo a interface da Starzplay, acionando construtos de monstros na sua memória que estavam presentes na série e fora dela no meio digital.

O objetivo geral da pesquisa consiste em compreender a atualização do personagem monstro na série em questão a partir da memória da mídia, dos usuários e das operações de acessos à série. Dentre os objetivos específicos, estão: investigar o construto monstro em narrativas audiovisuais; explorar a plataforma e a série em busca das marcas do monstro audiovisual; mapear as materialidades do monstro de Castle Rock segundo as operações do usuário sobre as interfaces; e autenticar tendências que duram como qualidades do devir monstro nos materiais coletados.

Na fundamentação teórica, refletiu sobre imagem e memória, origem e mito, a relação do monstro audiovisual com as audiovisualidades e tecnocultura, abordando as linguagens cinematográficas e trabalhando também com a questão das plataformas, das narrativas e dos bancos de dados. A proposta metodológica é composta pela cartografia de Walter Benjamin (2006) e pelo inventário, proposto por Abreu (2011).

Na pré-análise, a pesquisadora trouxe de antemão as primeiras percepções da vinheta no fluxo da montagem, ou seja, sem pausas, e posteriormente da vinheta quadro-a-quadro, desta vez fazendo um movimento dissecatório. Partindo dessa abertura, propôs as seguintes coleções: Stephen King, Olhos de Kid (com as subcoleções Norman Bates, Penny Wise e Nosferatu) e Monstro Clichê:

Como próximos passos da pesquisa, Flóra pretende também trabalhar com as narrativas produzidas pelas ações dos usuários nos sites e plataformas, que para a autora “atualizam os monstros em outras materialidades.”

Ao final, a banca avaliadora fez os seus apontamentos acerca do trabalho de Flóra. Ana Paula destacou a qualidade do texto da pesquisadora e sua dimensão didática do movimento de pesquisa, elogiando o estado da arte, o modo como definiu o sentido de monstro em seu trabalho – não atribuindo-o apenas ao gênero do terror – e sua apropriação adequada ao procedimento de dissecação desenvolvido por Kilpp (2020). Já João pontuou a relevância significativa da pesquisa, sendo ela muito potente e muito sólida, e sugeriu o uso da arqueologia das mídias como metodologia complementar.

Texto: Ananda Zambi

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